A eólica offshore está no plano de desenvolvimento de grandes players do mercado de energia e é uma das que mais crescem e evoluem no mundo. Diante desse cenário, as inovações tecnológicas deverão acompanhar esse desenvolvimento, com a evolução das características das turbinas utilizadas, a distância das costas e a profundidade onde são instaladas. Isso é o que mostra o estudo da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEeólica), em parceria com a Coppe/UFRJ e Essenz Soluções.

Os números que reforçam essa avaliação é que em dezembro de 2022, foram registrados 70 empreendimentos em licenciamento ambiental junto ao Ibama, cerca de 176 GW, com 2,5 GW de potência média por empreendimento. Atualmente o Brasil tem capacidade instalada de 184 GW. As perspectivas de desenvolvimento para parque eólico mostram o Rio Grande do Sul com 56.719 MW de potência total, Ceará com 48.410MW e Rio de Janeiro aparece com 27.498 MW.

Para Bruna Silveira, pesquisadora da Coppe/UFRJ, que participou da elaboração desse trabalho, o Brasil tem a oportunidade para aproveitar as soluções já existentes e destacou seis grupos de inovações. Entre eles, as etapas prévias de planejamento, com soluções voltadas para análises computacionais de previsão e análise de dados meteoceanográficos e ambiental além de programas/softwares capazes de projetar parques eólicos offshore.  As tecnologias para medição dos dados dos ventos é um dos exemplos que podem ser considerados.

Já entre as turbinas, ela apontou as soluções voltadas para a criação de equipamentos mais potentes, como a ampliação da capacidade de geração ao menor custo e aprimoramento do uso de materiais. Nas fundações, as novas tecnologias ficarão por conta da construção de monopiles extra-grandes, fundações flutuantes e adaptáveis a diferentes tipos de instalações.

Com relação a infraestrutura elétrica, a busca está nas inovações relacionadas às tecnologias dos cabos e das subestações, como: aumento da eficiência de transmissão e redução de perdas e custos associados. Um exemplo é a tecnologia CA que busca por aprimoramentos em compensação reativa.

Segundo a nota técnica apresentada em worskshop realizado pelas entidades nesta terça-feira, 17 de janeiro, na operação e manutenção, as inovações estão relacionadas à área de automação, digitalização de procedimentos, inteligência artificial e outras soluções atreladas à tecnologia da informação. Para finalizar, em infraestrutura portuária, os principais objetivos das inovações são aumentar a eficiência e otimizar a logística. Entre os exemplos, a criação de terminais específicos a projetos eólicos offshore. E as embarcações específicas dedicadas para acompanhar o avanço tecnológico e do tamanho das turbinas.